como se não ouvisse o lampejo das libélulas que ao seu redor haviam construído um véu, como se fosse realmente a filha perfeita de uma palavra inventada – que só a ela lhe fora revelada uma única vez, para nunca mais – Helena sorria com olhos oblíquos e, ao pé do ouvido, soletrava todos os nomes que ainda não haviam sido possuídos por ninguém, por nenhuma imagem, até aquele momento. era assim que passava as tardes…
e em tardes sem lua ela se abandonava e sua presença no mundo era uma delicadeza sem fim. suas asas precoces e implícitas, seus desejos de.
Helena doía.
ela era o rascunho esquecido de todos os livros.
arrancava plantinhas que nascem no muro só para lamber suas raízes…

Helena conhecia melhor que ninguém tudo aquilo que não existia.

Dev em palavras .

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