nunca houve pele tão branca
o corpo dela, nu, emergindo dos lençóis
ela, derramada como se fosse um intervalo. era para estar tão vulnerável mas tinha os olhos mais foscos e a respiração mais agressiva que qualquer outra mulher branca, nua e derramada que havia passado pelos mesmos lençóis já pensara em ter.
com uma boca extremamente simples e rosa, ela pedia como se implorasse. mas ela quase não tinha limites e desenhá-la seria uma perversão. nada no mundo era digno de ser uma representação dela, de tamanha irrealidade que era aquela mulher parecendo um segundo suspenso no tempo.
ele, não acostumado com nada sagrado, tentava se esquivar mas a luz do sol batendo na cama a reconstruía em seus olhos fechados, no lado de dentro da pálpebra.
era impossível. ele seria obrigado.

Dev em palavras .

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