e naquele mesmo momento um piano florescia em seus anos de vida. um piano abafado ainda. só com os acordes mais melancólicos.
mas, no frio da sua noite, uma nota cinza era uma benção e a menina esquecida sorria de tempo. a menina se enchia de sons e fumaça. comia estrelas secas com seus desejos de. a menina ventava. o céu deserto desfalecendo em seu nariz. dedos noturnos. a mão. retalhos nas mãos.
renascia nela mesma, ela. cada vez mais lilás e porosa. cada vez mais acidentada. com mapas secretos no verso dos dentes.
ela habitava passagens porque ali teria desculpas. na sua desrazão, chorando parecia sorrir, já que todos os extremos de todos os seus caminhos possíveis eram pontos coincidentes.
a vozes largas, cedendo às evidências, sempre a um segundo do resto de sua vida.