alguém morreu de madrugada só para provar que podia. só para provar que se morre. que um dia se está vivo, outro dia se morre.
não fez nenhum sentido como não fez sentido o laço verde que ela escolheu naquela manhã nublada e sem vento.
o dia anunciava a angústia silenciosa que mudaria sua vida pra sempre. pra sempre ela seria encolhida e desigual. pra sempre ela seria pouca.
de laço verde, fumando sentada na calçada cinza da cidade cinza, ela pronunciava a fumaça densa como se adivinhasse profecias bizarras. como se escrevesse em detalhes o destino de cada um em pedaços de papel branco, sem identificação, e depois os embaralhasse e então seria como se não houvesse feito nada.
instantes vazios de amor à espera. ela sabia, ela repetia.
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