saber que eu tenho só dois braços e que não tenho tanto peito para tanto frio e que eu seguro firme um homem infeliz em cada mão. e que eu quero muito. e que eu não solto. e que os dias perdem o sentido quando se deixa escapar a coisa exata que se quer. e o que se quer é sempre outra coisa.
ter medo de nunca mais. nossas coisas encaixotadas juntas e agora não ser possível separar nossos caminhos. nem nossas pernas, nem nossos dedos, nem nossos rostos. tudo muito costurado, fios de cabelo no lençol. impossível desfazer certos nós e certos desejos.
e saber que é no meu peito que bate o coração responsável por tantos desencontros…