a hora do relógio ser vermelha é um desespero desnecessário. não custaria nada ser azul.
olhos cor de tacos desgastados. cor de mesa velha de madeira ao ar livre.
quase nada tem a cor da pele
poeira
cabeça de alfinete vermelha
pedrinhas brilhantes em rua de pedras
as dobras da parede
fumaça acumulada no teto ou nos olhos
uma gaveta de pequenas realidades incompletas
algodão
cicatrizes e coisas que não cicatrizam
uma vela que se assopra mas que nunca se apaga
um fio de cabelo na fronha de um travesseiro que não pertence mais a ninguém
falta de sono
desejos
gostar de desenhar palavras bem devagar, como rezar
nao saber rezar mas saber implorar
elefantes, umbigo, espinhos, vento
redemoinhos
gostar tanto de alguém a ponto de abraçar bem forte pra ver se as almas se confundem
beijos na boca
tentar se afastar e não conseguir. tentar fugir.
ser grega
entender ut pictura poiesis de madrugada
ajoelhar e rezar pro urso dos canos
fazer carinho
sentir prazer
coisas secretas
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