olhar para o silêncio.
coisas que tornam o vazio visível.
um aperto. aperto mesmo, no peito. desses que só são possíveis quando não se tem o lado de dentro.
nada de vazios existenciais ou dores de solidão ou, enfim. um vazio físico, de falta de órgãos.
a respiração que não se altera nunca, docemente atada a uma eternidade insuficiente e desnecessária, porque não há movimento ou fatos dentro do corpo. o sangue congelado, suspenso em um organismo inexistente. o labirinto vermelho, quase preto, flutuante entre a pele e a pele.
é difícil não ter coração batendo, assim, de uma hora para a outra. não ter nada funcionando secretamente na parte que seria ainda o mundo se não fosse tão doentemente sua.
agora sou proprietária de pele, um labirinto e um abismo.
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