toda vez que eu chorar dando explicações cuja lógica lhe foge. toda vez que eu fugir por medos ridículos ou enfrentar tempos cruéis com o coração frio. toda vez que eu desenhar com as mãos no ar estranhas e rígidas delimitações de espaços dos quais eu preciso. todas as minhas mortes súbitas em meio a um dia qualquer. escolher caminhos mais longos por motivo nenhum. hora muerta. cada cigarro fumado com uma legenda gravada na bituca. cada vaso de planta devidamente mapeado e arquivado. palavras que começam com in e terminam com ável ou ível ditas a todo instante. instrumentos invisíveis. íveis. coisinhas. parede. pronomes possessivos. microhistórias. tudo que nunca vem inteiro. todas as operações sobre o sentido das coisas, alimentando monstros inexistentes. diminutivos. agoniazinhas. gramática, literatura, artes plásticas e vídeo-game. cultura inútil. pequenas paixões. pretérito perfeito. coisas últimas. sistemas. caos. dores internas. eremita. egoísta. não saber dar satisfação. não conseguir usar o telefone sem que seja imprescindível. não achar nada imprescindível a ponto de usar o telefone. cantar todas as músicas mais sofríveis com os olhos fechados e as mãos sem lugar. necessidades de ar. achar o elefante um absurdo. falar eu te amo quando queria falar outra coisa. nunca ter certeza completa absoluta de nada. espantos com momentinhos comuns. agressividade inesperada. punir quem me ama. olhar nos olhos de alguém com raiva, raiva mesmo, na testa. fechar-se. retirar-se. dilemas, silêncios, caules de plantas, falta de vontade, livros infantis, cantos, promessas vagas. promessas de morte. cinzeiro cheio. ter a carne fraca. necessidade de lugares pequenos. de paredes. não dormir. sonhar acordada. tudo isso e muito mais. coisas que você não entenderia. ( e eu não quero te fazer sofrer )
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